domingo, 2 de agosto de 2009

Helloween - Keeper Of The Seven Keys Part II




Aqui nasce o Power Metal. Definitivamente, se existe um marco do metal melódico, este se chama Keeper of The Seven Keys Part II. O Helloween era, então, uma banda de garotos alemães sem muito compromisso começando a tornar-se algo mais profissional. Fecharam com a gravadora Noise Records um material que pretendia ser um disco duplo. Mas Keeper era tão bom, que a empresa teve de dividi-lo, visando mais lucros. Deu certo, o Keeper II é um dos discos mais vendidos da história do metal, e há boas razões para isso.

Kai Hansen, desde o primeiro Keeper larga os vocais e assume apenas a guitarra, em seu lugar, o jovem Michael Kiske. E aí mora o maio destaque do álbum, Kiske é uma das vozes mais lindas que a música pesada já ouviu. Algo que pode ser constatado desde ‘Eagle Fly Free’, um dos grandes hinos do power. O álbum segue com ‘You Always Walk Alone’, mais uma bela lição de moral do álbum, letra de Michael Kiske, também bom compositor. Uma canção que não recebe muitas honras é a próxima na lista, ‘Rise and Fall’ é, provavelmente, a música mais divertida que o Helloween já compôs, rápida, engraçada e contagiante, uma das melhores do álbum e da carreira, na mesma linha da próxima, ‘Dr. Stein’. Eu poderia cansar de citar hinos, mas tenho que avançar para ‘I Want Out’. Música com o jeitão de Kai Hansen, refrão pegajoso, versos rápidos, perfeita para ser cantada ao vivo. Uma música que significa muito na vida de muita gente, inclusive na minha.

Keeper of the Seven Keys Part II fecha com uma faixa que tenta demonstrar que os moleques evoluíam rápido demais. ‘Keeper of the seven keys’ é uma faixa grande épica e progressiva, numa incrível atuação do vocalista Michael Kiske, tão polêmico futuramente. Aqui, o Helloween apresentava ainda um entrosamento brilhante, responsável por fundar um estilo que viria a ser tão rico, principalmente na década seguinte.

Nota 10/10

sábado, 1 de agosto de 2009

Metallica - Master of Puppets



Em 1986 o Metallica lançou Master of Puppets, o álbum que é considerado por muitos, o melhor trabalho da banda e disputa com o Reign in Blood do Slayer o posto de melhor disco de Thrash Metal de todos os tempos. Várias canções desse disco se tornaram clássicos absolutos da banda, as músicas reuniam a pancadaria do Kill 'Em All com a técnica do Ride The Lighting. Este foi o último trabalho com o baixista Cliff Burton que morreu em um acidente de ônibus durante a turnê do disco, Cliff é considerado até hoje um dos melhores baixistas de Heavy Metal de todos os tempos, seu jeito de tocar foi bastante inovador utilizando efeitos de distorção.

O disco começa com Battery. A introdução de violão disfarça por um momento a porradeira que vem depois, com riffs detruidores e solos velozes. Em seguida vem a faixa que dá nome ao disco, Master of Puppets possui grandes riffs e viradas de tempo, as guitarras são pesadas e muito trabalhadas também. A minha faixa favorita do disco é Disposable Heroes, riffs bastante pesados e muitas variações de tempo também, mostravam que a banda estava no ápice de sua criatividade. Orion é outro destaque, a melhor composição instrumental da banda com certeza, essa faixa possui uma grande linha de baixo e possui uma certa aproximação da banda com o rock progressivo.

Com Master of Puppets o Metallica deixou o seu nome marcado na história da música pesada e influênciou varias bandas com esse disco, em 2006 quando ele completou 20 anos a banda iniciou uma turnê tocando o disco na intengra, nesse mesmo ano a revista Kerrang lançou um disco que continha várias bandas fazendo versões das músicas do Master of Puppets, algumas dessa bandas são destaques do metal atualmente como Trivium e Mastodon. Enfim esse disco não tem música ruim, todas as faixas são ótimas, é obrigatório para qualquer fã de Heavy Metal escutar Master of Puppets.

NOTA 10/10

sábado, 11 de julho de 2009

Edguy - Tinnitus Sanctus



O Edguy é mais uma daquelas bandas que atrái extremos. Ame-os ou os odeie. Pois bem, Tobias Sammet é outro desses precoces gênios da música, que surgem aqui e ali fazendo um som a frente do seu tempo. Os alemães do Edguy surgiram fazendo um Power simples e direto, com muita influência do Stratovarius, entretanto, os corais (com algo de Blind Guardian) sempre deram uma personalidade própria a banda. Após Mandrake, já não tinha mais volta, o Edguy estava consolidado como uma das grandes promessas do metal e sendo uma das bandas mais bem humoradas do meio. Ao longo da carreira, as inovações e mudanças vieram, dividindo opinões, entre críticas e louvores.

Tinnitus Sanctus vem para coroar estas mudanças. O Edguy se aproximou perigosamente do Hard Rock em Rocket Ride, o cd anterior, quase perdendo sua identidade, algo corrigido neste play. O Hard foi devidamente dosado e bem inserido ao Power rápido e divertido dos alemães. 'Ministry of Saints' tem um refrão pegajoso e uma batida cativante, perfeita para abrir um álbum. 'Sex, Fire, Religion' mantém o nível da abertura, aliás, seu tema cerca todo o álbum, de maneira debochada, Sammet critica as religiões e sua postura arrogante. 'The Pride of Creation' é uma das melhores músicas da carreira da banda, onde conseguiram mixar com perfeição o Power Metal e o Hard Rock, as letras são uma sincera tiração de sarro com Deus, e a idéia de que nós somos sua imagem e semelhança. Para os ocnservadores, o Power rápido e direto continua lá, 'Speedhoven' e 'Dragonfly' trazem o bumbo acelerado, os corais épicos e vocais inspirados de outros álbuns. '9-2-9' já é um Hard mais escrachado. A baladinha obrigatória também está lá, talvez mais romântica e envolvente desta vez, 'Thorn Without a Rose' deve ser a melhor balada do Edguy até então. 'Dead or Rock' é o ponto fraco pra mim, talvez Hard demais...

Torcer o nariz para as inovações do Edguy é rejeitar sua evolução, talvez Tobias não tenha ainda conseguido escrever seu nome na história do metal, mas ele parece estar no caminho certo. Não dando a mínima para as críticas e mantendo o bom humor, o Edguy deve se tornar o grande nome do Metal Melódico em pouco tempo.

Nota 9/10

terça-feira, 7 de julho de 2009

Children of Bodom - Hate Crew Deathroll





Um adjetivo parece definir bem o peculiar Children of Bodom, é uma banda irritada. Suas músicas que, normalmente, tratam de ódio, morte e vingança são fundamentadas no Power Metal europeu. Nada mais natural, tratando-se de uma banda da Finlândia, berço do Power melódico da segunda metade dos anos 90 até hoje. Então o que faz do Children of Bodom uma banda diferenciada? Alexi Laiho é a resposta! O “Wildchild” guitarrista, vocalista e principal compositor da banda é um desses gênios que aparecem de vez em quando.

Em Hate Crew Deathroll, o Children vai na contramão do que fazem a maioria das bandas, que costumam amaciar o som em uma direção mais pop, os garotos do Bodom investiram num som ainda mais pesado entrando de vez no Death Metal melódico. Este é o último CD com a participação do guitarrista Alexander Kuoppala e, curiosamente, aquele no qual ele mais se destaca, abandonando a simples base e arriscando alguns bons solos. Janne Wirman ainda manda bem nos teclados, cada vez mais presentes e certeiros. O álbum abre com ‘Needled 24/7’ uma das melhores da carreira, ‘Cock’n’loaded’ e ‘Sixpounder’ são faixas pesadíssimas que apresentam bem o rumo que o CoB tomou na carreira. Como em todo CD, o Children traz uma faixa com referência aos assassinados ocorridos no Lago Bodom, na sua terra natal (até hoje sem solução) aqui, ‘Bodom Beach Terror’ se destaca. ‘You’re better off dead’ e ‘Hate Crew Deathroll’ mantém o nível do álbum, a primeira, uma das músicas mais divertidas e insanas que eu já ouvi.

O Children of Bodom despontou como uma das grandes promessas do cenário Metal no fim dos anos 90, entretanto, parece ter perdido o fôlego nos últimos dois lançamentos. Hate Crew Death Roll é, até agora, o último grande álbum da banda. Esperamos que a criatividade volte, o mais rápido possível.

Nota 10/10

O que houve no lago Bodom?

domingo, 5 de julho de 2009

Kamelot - The Black Halo



Existem poucas bandas atualmente que conseguem ter coragem de se definir como Metal Melódico, este estilo está saturado, todas as bandas se parecem, não surge nada original, os medalhões não conseguem mais se sustentar. A maioria das bandas acaba migrando para algum outro estilo, normalmente, com influências do Prog. O Kamelot é uma daquelas poucas. Embora estadunidense, o Kamelot conta com um vocalista norueguês, Roy Sætre Khantatat, ou simplesmente Khan, é um dos melhores vocalistas do estilo, e o prova neste excelente ‘The Black Halo’.

Escolhi este álbum de 2005 para comentar por ter sido meu primeiro contato com o Kamelot e também por considerar que tal CD é o responsável pela consolidação da banda no cenário internacional. The Black Halo é a continuação do anterior, “Epica”, um álbum conceitual baseado na história de Fausto, do escritor Goethe, embora nomes de personagens tenham sido alterados por questões de direitos autorais, tema gira em torno da batalha entre o bem e o mal, vida e morte. A abertura se dá com “March of Mephisto”, uma faixa bem pesada que conta com a participação de Shagrath (Dimmu Borgir), interpretando o Demônio, caiu bem. “When the Lights are Down” é rápida, direta e melódica – uma das melhores canções da banda, em minha opinião – seguida por “The Haunting (Somewhere in Time)”, uma faixa empolgante que traz a belíssima Simone Simons (Epica) fazendo um bonito dueto com Khan. The Black Halo tem mais alguns pontos altos, na verdade, há poucos pontos fracos, talvez apenas os interlúdios demais. A balada “Abandoned” (representando um ótimo diálogo entre o humano e Deus) é de muito bom gosto.

O álbum fecha de forma grandiosa com “Serenade”, uma faixa épica e muito bonita tratando da única certeza da vida: a morte. Vale ressaltar a participação do tecladista sueco Jens Johansson (Stratovarius) em vários momentos do CD, um excelente solista. Além do produtor Sascha Paeth (Angra, Edguy, Avantasia) que além de fazer um ótimo trabalho por trás das mesas de som, também participa com algumas guitarras adicionais. “The Black Halo” é um CD cativante com uma temática envolvente, variando entre momentos mais pesados e carismáticos, mas com uma levada mais sombria que outros CD’s da banda. O Kamelot vem carregado a bandeira do Power melódico com ótimos trabalhos, e este é o melhor deles.

Nota 9/10

sábado, 27 de junho de 2009

Morbid Saint - Spectrum of Death




O que falar sobre Morbid Saint? Primeiramente gostaria de dizer que são caras norte-americanos de personalidade. Segundo, que fazem um som muito foda, na verdade acho que agressivo e violento cairia melhor. Spectrum of Death para mim é um dos melhores CDs do final da década de 80. Pode ser considerado um Thrash Old School com pitadas de death.

Como dito anteriormente, eu curto muito o som dos caras, anos 80, e eu nem acho essa a melhor época como a maioria diz ser.

Agora a 3ª etapa... o CD. Para quem gosta de thrash e violência, este play do Morbid Saint é a mistura perfeita o CD inteiro, vocal agressivo, riffs, solos rápidos e destruidores. Nunca vi algo tão bruto nos anos 80. Álbum duas vezes remasterizado, recomendo pegar as versões remasterizadas pois a qualidade está um pouco melhor, então é isso aí pessoal, peguem o CD que é porrada no côco.

Nota: Impossível, este CD de tão bom não merece ser julgado.

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Angra - Holy Land


O Angra na sua formação clássica, em 1996.


Existem alguns álbuns e bandas que marcam um estilo. Uma banda marcante para o metal brasileiro, talvez a maior, ao lado do Sepultura, é o Angra. O primeiro álbum da banda, Angels Cry, de 1993, já era considerado um dos grandes álbuns da história do Metal Melódico, sendo a banda uma das responsáveis pela introdução da música clássica na música pesada mundial. Os garotos inexperientes de São Paulo, sob a batuta do excelente vocalista Andre Matos, parecem ter guardado o melhor da carreira para o álbum seguinte, em 1996, saía do forno um dos melhores CDs de música brasileira, em minha opinião.

Holy Land é um álbum temático, fundamentado nas grandes navegações do século XVI, em especial no descobrimento do Brasil e sua colonização pelos portugueses, no entanto, não é um álbum conceitual, o que deixa as letras (belíssimas) livres para interpretação, os temas viajam com a história, passando pelas dificuldades da navegação, pela visão das terras do mundo novo, os habitantes do lugar, a saudade da Europa... A música clássica está muito presente, dando um ar meio “renascentista”, em especial, às canções que retratam o mundo europeu da época. No entanto, o grande diferencial do álbum, é a inclusão, em grande quantidade, de brasilidade no álbum – enquanto a maioria das bandas de Power Metal (inclusive o Angra no cd seguinte) seguiam o modelo europeu, a banda buscava uma personalidade própria muito interessante – e aí tem pra todo gosto, música indígena, influência da música negra, MPB, e uma boa dose do Metal. ‘Nothing to Say’ é uma música rápida e com percussões furiosas, que abre bem o álbum, ‘Make Believe’, uma balada com momentos épicos, é o outro clássico presente no cd. Entretanto, músicas menos famosas são, para mim, de mesmo valor. ‘Silence and Distance’ é uma das músicas mais lindas que eu já escutei, emocionante e empolgante. ‘Holy Land’ e ‘Carolina IV’ (com seus mais de 10 minutos de puro batuque) são músicas que retratam o regional brasileiro misturado ao bom Metal com muita fidelidade.

Há ainda ‘The Shaman’, com a letra inspirada no poema indianista Juca Pirama, de Gonçalves Dias, que conta com cânticos de tribos amazônicas ao fundo, e ‘Deep Blue’ uma faixa sinfônica lindíssima, com destaque para o vocalista Andre Matos se aventurando como tenor. ‘Z.I.T.O.’ é uma faixa pesadíssima, onde, enfim, as guitarras tomam a frente, Kiko e Rafael mostram que não foram esquecidos em meio ao mar de melodia brasileira. O encarte do cd é maravilhoso, assim como a produção, a idéia de tratar o Brasil como a terra santa, também foi de ótimo gosto.

Pouco sobrou no Angra atual dos tempos de Holy Land, a banda ganhou em peso e qualidade técnica, mas perdeu em melodia e influência da música brasileira. Ainda assim, esta banda é, provavelmente, o maior representante de música brasileira em várias partes do mundo. Holy Land é uma grande obra do Metal brasileiro que merece respaldo.

Nota 9/10

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Megadeth - Rust In Peace



O Megadeth foi formado pelo guitarrista Dave Mustaine logo após sua saida do Metallica, Dave criou a banda com o objetivo de formar uma banda melhor que o Metallica. O Megadeth criou alguns álbuns que se tornaram clássicos do Metal. Em 1990 com o Rust In Peace, a banda lançou o seu melhor trabalho, que é considerado um clássico do Thrash Metal. Nessa época a banda tinha a sua melhor formação com David Ellefson (baixo), Nick Menza (bateria), Marty Friedman (guitarra) e Dave Mustaine (guitarra/vocal).

A primeira faixa Holy Wars... The Punishment Due se tornou um hino para o grupo, fazendo uma critica a intolerância religiosa, Dave Mustaine além de ser um bom guitarrista também é um excelente compositor. Em seguida Hangar 18 mostra grandes riffs e solos fantásticos, o nome Hangar 18 vem de um suposto Hangar da Força Aérea Norte-Americana que abrigava restos de alguns OVNI’s e Aliens além de destroços, corpos e evidências que foram escondidas pelo governo. A sétima faixa Tornado Of Souls possui o melhor solo de Friedman no cd, e ainda é executada pela banda nos shows. A última faixa é Rust in Peace... Polaris que começa com Nick Menza quebrando tudo na bateria, em seguida a vem a formula que consagrou esse disco riffs destruidores e solos excelentes.

A discografia do Megadeth possui outros discos que marcaram o Thrash Metal, mas Rust In Peace foi o disco que consagrou a banda no estilo. E foi com a turnê desse disco que a banda fez a sua primeira apresentação no Brasil, no Rock In Rio em 1991. Atualmente o Megadeth conta com outra formação e preparando um novo disco para ser lançado esse ano. Enfim para os fãs de Thrash Metal Rust In Peace é um disco altamente recomendado.

Nota 10/10

terça-feira, 23 de junho de 2009

Metallica - Death Magnetic



O Metallica é uma das bandas mais importantes da história do Heavy Metal, o grupo é considerado como um ícone da música pesada dos anos 80, e responsável pelo surgimento do Thrash Metal ao lado de outras bandas como Slayer, Exodus, Megadeth e Anthrax. A banda lançou alguns dos mais importantes discos de Heavy Metal de todos os tempos como Ride of the Lighting e Master of Puppets. Nos inicio dos anos 90 a banda alcançou o estrelato no mundo todo com o lançamento do album Metallica (o conhecido Black album), Enter Sandman e outras músicas viraram hits que a banda toca até hoje nos seus shows. Depois disso a banda lançou discos que não tinham as características que fizeram do Metallica uma banda de respeito. O Load e o ReLoad mostraram um Metallica fazendo um som mais Pop e comercial, os integrantes da banda estavam fazendo um som direcionado ao Hard Rock. Em 2003 a banda lançou um disco fraquíssimo, que foi o St. Anger, ele tinha um som mais próximo do metal, porém as confusões que estavam acontecendo entre os integrantes da banda e uma péssima gravação, contribuíram para a produção de um material fraco.

Então com o Death Magnetic a banda trouxe do volta o seu bom Thrash Metal, não é o mesmo dos anos 80, mas a banda acertou dessa vez, o disco começa com That Was Just Your Life que tem um riff porrada e um grande solo de Kirk Hammet, sim Kirk voltou com os seus solos, coisa que não existia no ultimo trabalho da banda. Broken, Beat & Scarred é uma faixa empolgante que tem um bom refrão. A música de trabalho do disco é The Day That Never Comes, essa música lembra muito One, parecendo que vai ser uma balada mas no final as guitarras ficam bem pesadas e com grandes solos de Kirk. A famosa balada Unforgiven recebeu mais uma continuação nesse disco, Unforgiven III tem uma boa interpretação de James Hetfield e os arranjos sinfônicos combinaram com a música. Em seguida vem The Judas Kiss que tem como destaque as guitarras que possuem uma boa base feita por James Hetfield e um solo matador de Hammet. Lars Urich também é destaque fazendo um bom trabalho na sua bateria. O disco encerra com My Apocalypse, com guitarras velozes lembrando Damage Inc.

Death Magnetic mostrou que o Metallica ainda sabe fazer Heavy Metal de qualidade, representou a volta da banda ao estilo, e com certeza é o melhor disco da banda desde o “Black Album”, de 1991. Na minha opinião um dos grandes destaques do ano passado, não leva nota 10 por causa da mixagem das guitarras que ficaram distorcidas demais em alguns momentos, mas isso não chega a tirar o brilho do disco, que mostra boas composições e um Metallica inspirado.

Nota 9/10

Soulfly - Conquer



Max Cavalera é um dos grandes ícones do Metal nacional, fundador daquela que é, provavelmente, a maior banda brasileira de todos os tempos, o Sepultura. Após sair da banda mineira, em 1996, Max deslocou-se para o Arizona, na terra do Tio Sam, onde fundou o Soulfly, uma banda com o som extremamente pesado, embora não tão ligada ao metal, com uma levada mais Hardcore ou Nu Metal, mesclada a ritmos brasileiros, tribais e world music em geral. No entanto, ao longo dos anos, lançamento após lançamento, o Soulfly teve uma evolução natural em direção ao Thrash Metal que Max faz tão bem, e foi ganhando o respeito da cena Metal, especialmente no Brasil.

Conquer parece vir para coroar a volta de Max Cavalera ao Thrash/Death Metal com força total, sem perder o ritmo durante todo seu decorrer. ‘Blood, Fire, War, Hate’ abre o disco com uma brutalidade sem tamanho, riffs furiosos ao lado do vocal muito inspirado de Max, Marc Rizzo mostra que é também um alicerce do grupo nesta faixa, uma das melhores músicas de toda a carreira do Soulfly. ‘Unleash’ e ‘Paranoia’ tentam soar mais Groove, mas quase tudo aqui lembra o bom e velho Sepultura. ‘Warmaggedon’, ‘Fall of the Sycophants’ e ‘Doom’ são também músicas fantásticas, que me relembram fases em que o Thrash não saía da minha pilha de CDs.

O álbum é encerrado com ‘Soulfly VI’, a tradicional faixa instrumental na qual Max busca descontrair um pouco. Uma faixa cheia de inspiração na música popular brasileira e na world music, seguindo a linha dos outros CDs da banda, mas sem perder a força das outras faixas.

Definitivamente, o Soulfly é, agora, uma banda de Thrash Metal sem firulas, o “Macumba Metal” de outros CDs se foi, pode até fazer alguma falta, mas enquanto você escutar o Conquer, não vai ter saudade do batuque, pois a criatividade de Max está em alta mais uma vez. Álbum recomendado, um dos melhores CDs de música pesada brasileira desde Roots.

Nota 9/10

Lacuna Coil - Shallow Life


Os italianos do Lacuna Coil estão apresentando algumas mudanças no seu som, os primeiros trabalhos da banda eram direcionados ao Gothic Metal, tinha uma mistura de bons riffs de guitarra e a presença de teclado. Atualmente a banda esta fazendo um som diferente, desde o disco Comalies de 2006, a banda esta fazendo modificações no seu estilo, que esta tomando uma direção mais leve e acessível.

O ultimo trabalho da banda Shallow Life não tem o brilho dos disco antigos, mas tem bons momentos como na primeira faixa Survive, que tem uma boa interpretação de Cristina Scabbia e uma boa performance de bateria também, que lembra um pouco a música Tight Rope do Comalies. Em seguida vem I Won't Tell You, essa é uma música diferente possui um ritmo bem dançante. O single do disco é Spellbound, uma música que tem uma levada bem Pop e um refrão chiclete, assim que terminar de escutar essa faixa você vai sair por aí cantando “Tell me who you are. I am spellbound”com certeza.

Shallow Life é daqueles discos que não é excepcional mas também não é ruim, os fãs da banda podem ficar assustados com as mudanças da banda, que está passando por uma fase muito influenciada pelo som do Korn e de outras bandas de New Metal, acredito que isso seja uma tentativa de fazer sucesso nos EUA.

Nota 7/10

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dream Theater - Black Clouds & Silver Linings





O Dream Theater é uma dessas bandas que não conhecem meio termo. Ou você os ama, ou os odeia, me coloco no meio termo, mesmo assim. A banda é a mais consagrada do estilo Progressivo e, ao lado do Iron Maiden, ostenta, na minha opinião, os fãs mais fiéis (e chatos) do estilo, daqueles que apóiam a banda sempre e em tudo. Músicos brilhantes, competentes e simpáticos compõem o Dream Theater, sob a b atua do monstro da bateria, Mike Portnoy e do guitarrista John Petrucci.

Depois do fraco, triste e sonolento Systematic Chaos, o Dream Theater nos traz um dos lançamentos mais aguardados do ano. Black Clouds and Silver Linings (BC&SL) se apresenta como um ponto alto da carreira dos estadunidenses, com músicas que prometem marcar os fãs profundamente, e uma nova fase, principalmente no visual, trazendo algo mais sombrio para a banda. Preciso, antes de qualquer coisa, apontar o que mais me irrita no Dream Theater, em vários cd’s e, principalmente em BCaSL, o tamanho das músicas. Não adianta eu não consigo engolir uma música com 19 minutos, como ‘The Count of Tuscany’, que fecha bem o álbum. Imagino o aque estes sujeitos seriam capazes de fazer com música smais diretas, com uma média de, pelo menos 7 minutos, as melhores músicas da banda, em minha opinião, duram por volta deste tempo.

BC&SL inicia com ‘A Nightmare to Remember’, ótima faixa, que já apresenta uma inovação do Dream Theater, as aventuras de Mike Portnoy nos vocais, arriscando um vocal gutural muito legal, coisa que se repete em ‘The Shattered Fortress’ (faixa que fecha a “Saga da Cachaça”, músicas do Portnoy inspiradas nos seus passos no AA). As linhas vocais, aliás, é um dos destaques do álbum, não é segredo que o vocalista James Labrie não lá o melhor do mundo, mas ele está mandando bem no novo cd. ‘The Best of Times’ vale o disco, uma música muito bonita e empolgante que me marcou fortemente, a letra é bem legal, uma declaração de Portnoy ao seu falecido pai. ‘Wither’ é a baladinha obrigatória do cd, mas não atrapalha.

Um bom cd, que poderia ser ótimo, era só ser um pouco mais direto e te rmenos firula, ainda assim, o Dream Theater repete a dose e faz um outro álbum que deve agradar seus fãs.

Nota 8/10

domingo, 21 de junho de 2009

Slayer - Reign in Blood


Em 1986 o Thrash Metal foi surpreendido com o lançamento de Reign In Blood, disco que ao lado do Master of Puppets do Metallica influenciou dezenas de bandas que surgiram posteriormente, e com toda a sua fúria ajudou a consagrar o Thrash metal no mundo. Assim que foi lançado esse disco gerou muita polemica por causa da capa do disco e da temática nas letras da bandas, todas as composições foram escritas pela dupla de guitarristas da banda, Kerry King e Jeff Hanneman.

A primeira faixa do disco é Angel of Death, essa música relata as experiências que Josef Mengele realizava nos campos de concentrações nazistas, por causa disso a banda foi acusada de Nazismo, o que negaram. Em seguida vem Piece By Piece com guitarras diretas e furiosas, essa música foi considerada pela revista americana Blender a 4ª letra mais repulsiva do Heavy Metal. Uma das marcas registradas da banda é fazer críticas ao Cristianismo, e a música Jesus Saves mostra muito bem isso. O disco encerra com Rainning Blood, essa é a música mais conhecida da banda, com guitarras furiosas e Dave Lombardo tocando bateria em uma velocidade alucinante.

Reign in Blood é um clássico absoluto do estilo, influenciou muitas bandas de Death Metal e levou o Metal para um nível mais extremo. Foi produzido pelo famoso produtor Rick Rubin ( produtor do Death Magnetic do Metallica) que fazia parte de um selo responsável por fazer gravações de Rap. Se você gosta de músicas rápidas e pesadas escute esse disco, como o Slayer é uma banda que possui muitas influências de bandas de Punk Rock, todas as músicas são bem diretas e ele dura aproximadamente 30 minutos, em pouco tempo você vai ter uma verdadeira aula de Thrash Metal.

Nota: 10/10

Therion - Gothic Kabbalah








A criatividade reina no cenário Heavy Metal mundial. Alguns artistas, em especial, parecem se desenvolver ao longo dos anos atingindo um status de genialidade fora do normal, e o gênio que escolhi para comentar é líder de uma de minhas bandas favoritas. Quando o sueco Christofer Johnsson criou o Therion, sua proposta era falar sobre paganismo e ocultismo com uma banda de Death Metal bem pesada. Mas, ao longo dos anos, parece que o misticismo e o teor épico das letras foi totalmente incorporado pela musicalidade do grupo.

Em 2007, Johnsson apresenta ao mundo sua obra prima, que parecia fechar o ciclo da evolução do Therion, Gothic Kabbalah é de uma grandiosidade fora do normal. Corais líricos se misturam ao peso instrumental proporcionado pelos suecos, as orquestrações predominam ao longo de todo o play, aliadas a instrumentistas convidados espetaculares que dão conta de criar em Gothic Kabbalah um clima mitológico e folclórico responsável por passar ao ouvinte a atmosfera necessária para entender o contexto, a história envolvida por mitologia judia e nórdica, comprovando que o Metal se encaixa bem com qualquer musicalidade.

Músicos especialistas em flautas, harpas, órgãos e até tamborins dividem espaço com um time coeso de metal direto e espontâneo, com destaque para o maravilhoso vocalista Mats Levén, com um tom que remete ao Hard Rock clássico que casou com perfeição ao som criado por Johnsson e Cia. O irreverente e performático Snowy Shaw cuida dos vocais mais graves e músicas mais atmosféricas. (apesar do nome do disco, não tem nada de gótico no Theiron atual). Gothic Kabbalah é um clássico, que insere o Therion no mapa do metal mundial, escute a música ‘Son of the Staves of Time’(presença maravilhosa de Léven) e fique ansioso pelo resto.

Nota 10/10

sábado, 20 de junho de 2009

Stratovarius - Polaris





Se você escutar qualquer banda de Power Metal, ou Metal Melódico, do início da década de noventa até hoje, você vai escutar pelo menos alguma coisa de Helloween e, principalmente Stratovarius. Uma das bandas mais inovadoras e interessantes do gênero, os finlandeses têm passado por momentos conturbados nos últimos anos. Polaris tenta marcar (mais uma vez) o retorno da banda, dessa vez sem o guitarrista Timo Tolkki, protagonista das grandes confusões, graças ao seu gênero difícil agravado por problemas bipolares.

Polaris está sendo bem aceito pela crítica, e encontrado barreiras entre os fãs, os mais xiitas jamais aceitaram a banda sem o cabeça do grupo. No entanto, é inegável que a música do Stratovarius, a criatividade que os marcara está de volta. ‘Deep Unknown’ abre o álbum como a prova disso, os teclados de Jens Johansson demonstram que não há inovações Groove ou Dark aqui, é o puro Power Metal que os caras criaram (nem tão puro assim, pela primeira vez, me deparo com um Stratovarius influenciado, tem muito de Symphony X aqui).

O álbum tem outros pontos fortes, como ‘Falling Star’, uma faixa rápida e muito bonita, com corais marcantes e a voz inconfundível de Timo Kotipelto, soando, em alguns momentos, como na sua banda solo, um pouco mais graves. O guitarrista Matias Kupiainen estréia discretamente, mas sem comprometer a eficácia do trabalho. ‘Higher We Go’ e ‘Forever is Today’ me levaram de volta aos bons tempos de Episode e Visions. Com Polaris, parece que enfim o fã pode dizer: O Stratovarius voltou, torçamos pra que continuem.

Nota 9/10